Jogos africanos e a matemática
O professor pesquisador é aquele que busca pesquisar sempre,
ele sempre está interessado em aprender cada vez mais. Eu me senti
desafiada com este tema, e como gosto de desafios, achei aí um prato cheio para
entender qual seria a relação de jogos africanos com a matemática, e encontrei!
Com esta pesquisa, encontrei vários, ou arrisco dizer que
até quase todos os jogos que achei possuem alguma ligação com a matemática. Sejam
essas relações com conceitos simples como segmentos de retas, diâmetros, raio
até com o raciocínio lógico matemático que muitas vezes nos pega em cheio.
Todos os jogos estão intimamente ligados a estratégias
culturais de cada família, cada jogada, cada movimento é passado de geração em
geração e não é revelado, é como se fosse um segredo de estado.
Levando em consideração que na África cada tribo possui o
seu dialeto depois da língua oficial que pode-se considerar línguas coloniais
como o francês, inglês, português e espanhol, os jogos também são como os
dialetos, cada lugar tem o seu em particular. Acontece de o mesmo jogo ser
jogado em várias regiões, mas acabam tendo nomes diferentes, é uma característica
de cada tribo e percebi isso quando tive contato com um africano que explicou
para mim e mais algumas professoras essa particularidade.
Separei três apenas para comentar um pouco sobre
as suas relações com a matemática.Shisima
Origem: Quênia
Este jogo se parece com o nosso jogo da velha! O objetivo é
alinhas três peças com a mesma figura ou cor.
Desenvolve o raciocínio lógico, estratégia e antecipação.
Yoté
Origem: Senegal.
As estratégias são particulares de cada família, passam de
geração em geração.
Geralmente este jogo é desenhado no chão, em um terreno
arenoso ou algo similar, as peças são utilizadas com pequenos cocos, sementes,
tampas de garrafas, ou seja, coisas simples.
Este jogo desenvolve muito a sagacidade e o
sentido de observação. Incentiva o raciocínio e é muito parecido com o nosso
jogo de damas.
Mancala
Origem: Egito.
Este jogo é o que mais incentiva o raciocínio da criança.
Ele é difícil até para entender a princípio, porque seu objetivo é encher cada “buraco”
do tabuleiro mais do que o oponente, ou seja, cada jogador precisa ficar com a
quantidade maior de peças do que o parceiro. É o jogo mais antigo do mundo, por
isso acredita-se que sua origem veio do Egito.
Preparação do Jogo: distribuir 4 sementes em cada casa e
sortear quem iniciará a partida. Cada jogador fica com uma fileira de 6 casas,
que será considerada seu “campo” e um oásis a sua direita, onde deposita as
sementes capturadas.
Movimentação do jogo: os jogadores se alternam fazendo um
lance cada vez. Em cada jogada ele deve escolher uma casa de seu campo e pegar
todas as sementes desta casa, semeando-as pelas casas seguintes, uma semente em
cada casa de seu campo e/ou do campo do seu adversário. As 12 casas do
tabuleiro são consideradas como se fossem um circuito que deve ser percorrido
no sentido anti-horário. Se o número de sementes a ser semeado for maior que
onze, dá-se uma volta completa pelo tabuleiro sem deixar no oásis do adversário
nenhuma semente e prossegue-se repartindo as restantes pelas casas seguintes.
Eu senti dificuldade em entender a princípio, mas é
fantástico você avaliar com um jogo de estratégia e raciocínio.
Vai uma partida aí?
Abraços,
Professora Danubia.
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